Em formação, profissionais dos CRAS, CREAS e Centros Pops apresentam diagnóstico da rede de assistên
- Fabiana Guia | Ascom Assorem
- 21 de set. de 2017
- 2 min de leitura
Os encontros são frutos da parceria entre a Unicef Brasil e o Instituto Renascer Mulher como parte do projeto Hoje Menina, Amanhã Mulher

“O velho local destinado para nós mulheres continua sendo reproduzido. Aquele que desde muito cedo temos que aprender a cuidar da casa, ter responsabilidade de cuidar dos filhos, papel que não atribuímos aos meninos também”, explica a historiadora e mestre em educação, Valdecir Nascimento, evidenciando a constante repetição da cultura machista que legitima a masculinidade ao passo que viola diversos direitos das mulheres.
A historiadora ministrou a formação dos profissionais da rede de assistência social vinculados à Secretaria Municipal de Promoção Social e Combate à Pobreza (Semps), no segundo ciclo de conversas promovido pelo Instituto Renascer Mulher em parceria com a Unicef Brasil, na quarta-feira (20), no auditório da Semps, em Salvador. Os encontros são parte da construção do Plano de Ação para o Desenvolvimento de Meninas, através do projeto Hoje Menina, Amanhã Mulher.
Nessa segunda oportunidade, os profissionais vinculados ao CRAS, CREAS e Centros Pops foram provocados a apresentar um diagnóstico do funcionamento da rede de assistência com base no levantamento dos problemas, no mapeamento de ações integradas, na atuação de prevenção, na identificação dos papeis e práticas, como também na atenção e cuidado dos profissionais. A finalidade é montar diretrizes para as secretarias e parceiros correspondentes com um impacto mais significativo para a construção de uma nova consciência, focando o fortalecimento das famílias e desenvolvimento das jovens frente às violências que estão expostas.
Diante de questões de tamanha importância para o melhor funcionamento da rede, o intenso debate esteve em torno do acompanhamento sociofamiliar, que é parte do programa de orientação, em virtude do alto índice de evasão por parte das famílias beneficiárias. “Como a maioria dos beneficiários são mulheres chefes de família, elas estão correndo atrás do prejuízo. Convidá-las em uma dia de semana, elas terão que deixar de ir ao trabalho, é complicado”, revela a assistente social Angela Smith. Fato que indica a necessidade de atividades mais atrativas para assegurar a permanência das famílias nas ações realizadas pelos Centros. A assistente social, aproveitou o espaço para sugerir a inclusão de atividades com foco na capacitação e oficinas como soluções. “A ideia é realizar a proposta de palestras e conversas associadas às oficinas, uma atividade para que elas possam aprender algo. Algo rentável”, completou.

Consciente do problema, Carmen Flores, membro da equipe de supervisão do CRAS, destaca que a expertise do profissional pode ser um fator para driblar a questão. “A gente precisa esclarecer para a beneficiária que se não houver adesão ao acompanhamento ela pode ser prejudicada. É um direito receber esse benefício mas existem condições para que as pessoas recebam, como participar das atividades”, exemplificou Flores.
É importante frisar que a adoção do acompanhamento sociofamiliar é estratégia de solução do problema através da tomada de posição da família no combate a violência que esse ente sofre ou sofreu. OO fortalecimento da família também é questão nos encontros de formação. Em setembro, mais um ciclo acontece na próxima quarta-feira (27) encerra as escutas da rede social.
Imagens: Fabiana Guia








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